21 de dezembro de 2015

13 razões para se desfazer do carrinho e usar um sling

Texto original por Laura Meek
Em tradução livre pela Sampa Sling.


Viajar com uma criança pode ser complicado. Mas a arte de slingar - que é você carregar o seu bebê em um sling ou carregador de pano - pode estar prestes a fazer a sua vida muito mais simples.

Slingar já não é mais coisa de "mães-hippies", slingar seu bebê tem tantos benefícios, que vão muito além do que simplesmente ter as mãos livres para fazer tudo sua lista de afazeres.

Mas não há como negar a conveniência quando comparado com o carrinho de bebê convencional - aqui está o porquê:

1. Nunca ter que procurar elevadores frequentemente encontrados em cantos obscuros de lojas - escada é o caminho.

2. O mapa do metrô é todo seu, como também não há necessidade de escolher estações acessíveis.

3. Aquele bonito e pequenino café que você tirou da vida, agora é uma possibilidade - basta deslizar perfeitamente com seu pacote compacto.


Comprinhas de mercado nunca foram tão fáceis! Crédito da foto: Shining Light Prenatal Education

4. Uma viagem para a sua loja de móveis favorita vai se tornar infinitamente mais fácil de gerir.

5. As pessoas vão realmente parar para fazer sons fofos quando visualizarem a cabeça do seu bichinho espiando para fora do sling, em vez de se esquivar seu carrinho de bebê com medo do ataque aos seus tornozelos.

6. Um sling é muito mais barato do que um carrinho de bebê - que é um troco a mais para aquele vestido novo!

7. Bebês carregados choram menos - fato. Pense nele como um presente para seus ouvidos.

8. Se você tiver uma criança mais velha para entreter, bebês carregados e as mãos-livres pode ser um salva-vidas.


Todo mundo fica feliz de sling! 

9. Slingar seu bebê queima calorias - mais uma razão para comer essa segunda fatia de bolo.

10. Usar um sling pode ajudar a reduzir os sintomas de refluxo - quem não quer menos manchas de vômito em suas roupas?

11. Os bebês que são slingados são mais espertos, aparentemente.

12. Lembra do dia em que você estava desesperada para usar o banheiro, mas não sabia o que fazer com o seu carrinho de bebê? Não é mais um problema.

13. Quando mais você teria duas mãos livres quando fora de casa? Você não tem mais que tentar empurrar um carrinho de bebê enquanto segura seu café.

14 de dezembro de 2015

Sampa Sling e Maternativa na TV


Se você perdeu nossa participação no programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios, nós disponibilizamos a reportagem completa no nosso canal do youtube!

Clique abaixo e assista! Ou visite nosso canal clicando aqui.



10 de dezembro de 2015

Porque o contato visual é importante para os bebês



Ja citamos aqui no nosso blog os incontáveis benefícios do sling e carregadores de pano e a historia dessa prática. 

Quando encontramos fotos antigas da prática de babywearing, normalmente os bebês são carregados nas costas. Culturas antigas africanas, asiáticas e até mesmo latinas usavam os mais diversos materiais e amarrações para carregar seus bebês nas costas e continuar com os afazeres do dia-a-dia.

Hoje, o hábito de carregar nas costas já não é tão grande quanto antigamente, mas é comum recebermos perguntas de mães slingueiras, questionando quando e como o bebê pode ser amarrado nas costas. 

Certamente uma prática ótima que possibilita total liberdade de braços, movimentos diferentes, e, quando feita adequadamente, uma interação maior da criança com o meio ambiente.

Porém, quando pensamos em bebês recém nascidos, bebês que ainda não sentam ou não seguram sozinhos seus próprios pescoços, algo super importante vem na minha mente, que vai além do desenvolvimento motor do bebê. O contato olho-no-olho.

Contato visual com os pais


Crédito da foto: Pinky Mckay

Embora os bebês não nasçam com a visão totalmente desenvolvida, “É muito importante o contato olho no olho, isso é uma competência social que o bebê precisa adquirir desde essa idade. Você olha nos olhos e fala ‘eu me importo com você, eu te amo’ - Isso vai ser uma competência que vai ser utilizada na vida adulta.” Diz a Dra. Sabrina Batistella em entrevista à Fatima Bernardes no programa Encontro. “Para que a gente possa ensinar aos nossos filhos que é importante, no relacionamento social, esse olhar nos olhos. A gente precisa ensinar desde essa fase de bebê.”


O olhar da mãe (ou do pai), é mais importante do que a gente pensa. O psicólogo Dan Siegal, especializado em vinculo entre pais e filhos, provou que o olhar da mãe tem um papel importante no desenvolvimento da empatia. 

"Repetidos dezenas de milhares de vezes na vida da criança, esses pequenos momentos de relacionamento mútuo [servem para] transmitir a melhor parte da nossa humanidade – nossa capacidade para o amor - de uma geração para a seguinte." – diz Siegal. Sem essa troca mútua de olhares, crianças que são privadas do olhar da mãe, são propensas a se sentirem desconectadas na vida adulta. O Pediatra Carlos Eduardo Correia ( o Cacá) ainda completa esse pensamento - "Durante toda a infância quem garante ao bebe que o mundo esta seguro são seus pais através da troca de olhares amorosos e confiantes." 


Assim como o contato pele-a –pele, esse olhar de amor é de extrema importância para o desenvolvimento dos pequenos. E nos primeiros meses de vida, esse sentimento de amor, aceitação e segurança que o olhar da mãe proporciona é crucial para o desenvolvimento da empatia. Portanto, acreditamos que os bebês devem ter o maior contato visual possível com os pais nesse comecinho de suas vidas. 

Cacá ainda completa sobre a importância desse contato visual assim que o bebê nasce - "O bebê quando nasce chega a um lugar novo e desconhecido que pode lhe parecer assustador como acolhedor. Receber o colo dos pais após o nascimento e uma troca de olhares tranquilizadora marca a diferença entre o medo e a confiança."
Quando pensamos em bebês pequenos, que ainda não se sustentam ou sentam, temos algumas diretrizes de segurança em relação aos carregadores de bebês, que sempre são sugeridas. Uma delas é o contato visual. Você deve ser capaz de ver o rosto do seu bebê, apenas olhando para baixo. O simples movimento de encostar o queixo no peito, pode restringir a respiração do bebê. 



São tantos os benefícios do contato olho-no-olho quando nos utilizamos do sling que não vemos alternativa melhor em levar nossos pequenos amarradinhos perto do coração, do seio para serem alimentados quando necessário e sob os olhares atentos de quem os carrega!

Fontes:

3 de dezembro de 2015

Posições para carregar bebês: as diretrizes da Dança Materna


O post de hoje é uma repostagem de um texto original do blog da Dança Materna. Você pode acessar o conteúdo original aqui.


Posições para carregar bebês: as diretrizes da Dança Materna



A Dança Materna tem no carregamento do bebê, com sling ou outro acessório, um de seus pilares de atuação. O movimento simbiótico de corpos de mães e filhos são parte integrante dessa experiência de atendimento integral para os momentos de gravidez (que dispensa qualquer pano!), pós parto imediato e vida com filhos até o fim da fase bebê (que consideramos até 3 anos, mais ou menos).


Portanto, estamos sempre atentas às recomendações, pesquisas e novidades na área, mas sem nunca perder de vista sua qualidade ancestral, natural e humana. E a especificidade de cada binômio mãe e bebê, de modo a favorecer sempre, sempre, que estejam juntos, saudáveis, bem atendidos e confortáveis.



Virado para o Mundo

Um exemplo de nosso discurso transformado em prática, celebrando a possibilidade de acolhimento de cada binômio individualmente, bem como a relação entre teoria e prática é o carregamento frontal de bebês.





Os dois bebês da esquerda, sentados no carregador com as costas plenamente apoiadas no torso da mãe. O bebê da direita, em posição mais lateral aproveita a situação natural do colo, amparado pelo braço da mãe.


"Bebês virados para frente no carregador, com as pernas soltas, realmente não estão em uma boa posição. Carregá-los para frente, no entanto, com as pernas cruzadas ou agrupadas, pode ser uma ótima opção, apesar de gerar tanta controvérsia", explica Tatiana Tardioli, criadora da Dança Materna, bailarina, estudiosa do corpo, do movimento e do desenvolvimento dos bebês. "Recomendo também que o bebê seja carregado hora para o lado esquerdo e hora para o direito, o que faz do carregamento uma experiência confortável e saudável para a mãe e traz para o bebê a possibilidade de vivenciar de maneira equilibrada o apoio no corpo da mãe e o olhar para o mundo, pelos dois lados, o que é amplamente importante para seu desenvolvimento" - completa.


Nas aulas da Dança Materna, por muitas vezes vemos bebês em carregamento frontal, como sentados no carregador. Tati explica que essa posição é recomendada para bebês com sustentação ativa do pescoço, que acontece geralmente à partir dos quatro meses, com o devido apoio no corpo das mães. E por que virá-los para frente?


"Não podemos falar genericamente de bebês sem levar em conta em que momento do seu desenvolvimento eles estão. Esta é uma fase onde a maioria deles começa a demonstrar uma maior curiosidade pelo mundo. Pode fazer sentido por alguns minutos que o bebê esteja virado para frente, vivendo as mesmas experiências sensoriais que a mãe vive, desde que ele esteja aconchegado como na foto acima, preferencialmente, com o tronco numa leve torção, com metade das costas apoiadas no corpo da mãe, o que favorece a posição de enrolamento da coluna, que é extremamente benéfica para os bebês por um bom tempo em seu começo de vida."

Um ponto a ser discutido quando falamos em carregamento frontal é o estímulo. Essa palavra caiu no senso comum e não podemos generalizá-la. Uma tela de computador, celular ou tablet, comprovadamente são péssimos estímulos para os bebês, pelo menos até os dois anos de idade. Ser carregado num ambiente potencialmente tenso e assustador também é inadequado. No entanto, nas aulas da Dança Materna, ou caminhando num parque, num ambiente harmonioso o bebê terá contato com estímulos adequados, que favorecerão o desenvolvimento dos seus sentidos e o encontro visual e tátil com outros bebês, o que lhe fará sentir, apoiado pelos braços amorosos de sua mãe, que o mundo é bom e ele pode experimentá-lo com segurança.



Contato e carinho numa aula da Dança Materna em 2009. Foto: Gustavo Ferri

É preciso pontuar que as controvérsias sobre o carregar bebês virados para frente estão fundamentadas no desenvolvimento ósseo da criança. Estudos indicam que não é ergonomicamente correto projetá-los para fora do corpo da mãe, com as pernas para fora - e nisso estamos plenamente de acordo. Essa posição (abaixo, à esquerda) poderia incidir negativamente na cervical e quadris do bebê, uma vez que seu ponto de equilíbrio é alterado, e a sustentação de seu peso fica na virilha.
Abaixo, à direita, vemos o bebê com as pernas para fora na mochilinha, que é um carregador que permite um ângulo saudável para a articulação do quadril, diferente do canguru, onde as pernas ficam soltas, pendendo para baixo. Recomendamos essa forma de carregar, como do bebê à direita) à partir dos 6 meses, como explicaremos mais adiante.



Nessa comparação é nítido que a recomendação de carregar o bebê virado para mãe oferece mais suporte para pescoço e coluna - do ponto de vista ergonômico, isso é indiscutível. Fonte da imagem: The Eco Friendly Family



Posição de Colo Natural


Na foto abaixo, o bebê está sendo carregado numa posição recomendada para recém-nascidos. Acordados, eles aceitam esta posição até aproximadamente quatro meses, variando de bebê para bebê. Ela favorece o bebê por ser uma posição que o mantém em enrolamento. O importante desta forma de carregar é que a cabeça esteja mais alta que o bumbum, devidamente apoiada e que as vias aéreas estejam desobstruídas para que ele respire livremente. É uma posição muito parecida com o modo como carregamos o bebê no colo instintivamente. No sling, com uma certa adaptação, é ótima para amamentar. Falaremos disso em outro texto.



Aula da Dança Materna na Casa do Brincar, em São Paulo. Foto: Gustavo Ferri



Para Denise de Castro, fisioterapeuta, terapeuta alfacorporal e criadora do método CorpoIntenção, o bebê quando nasce tem que se haver com três importantes presenças que irão acompanhá-lo ao longo da vida: os vínculos, a aplicação de força sobre si e a ação da gravidade.




Dentro do útero, o vínculo era pleno, o movimento mínimo e a ação da gravidade quase inexistente. Ao nascer, o bebê inicia seu caminho como agente e sujeito passando a exercer ações sobre si mesmo, geradoras de gestos e movimentos."



Denise pontua que relacionar-se com a gravidade é um processo de aprendizagem para o bebê:
"Inicialmente, existe uma relação com a ação da gravidade de mais pressão, exercitando, de modo involuntário, respostas corporais que seguem alterando os pontos de pressão no corpo próprio. Porém, se a pressão for constante e estática, essa condição de ajustar a pressão pode ficar comprometida pela impossibilidade do bebê, de modo voluntário, de sustentar essa ação."

Dentro das diretrizes da Dança Materna, praticamos o carregamento de bebês baseado em abordagens completas, como as de Denise, que sugerem que o posicionamento dos bebês no carregador, no colo, nas superfícies, precisa passar pela reflexão de que não estamos olhando apenas para um organismo ósseo-muscular. "É interessante refletir sobre essa composição entre corpo “molinho”, volume das vísceras e pressão da ação da gravidade. Pensar, somente, no funcionamento da camada musculoesquelética desconsidera a complexidade de um corpo vivo." À partir dessas observações, podemos pensar o melhor uso do sling sempre na relação com o processo de desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Até os 4 meses o bebê fica bem com a cabeça um pouco mais alta e o tronco enrolado e mais deitado, desse modo a pressão da gravidade encontra uma área mais extensa do corpo do bebê, aliviando a pressão excessiva em uma região menor. Estado de pressão este, que ocorre quando o bebê está posicionado mais na vertical. "É necessário lembrar-se de alternar os lados do corpo do bebê que encostam no corpo da mãe, promovendo estímulos sensoriais e ações musculoesqueléticos diversas a partir do contato, da posição, da escuta."


Pernas para Dentro e Pernas para Fora

"Pensando na posição mais vertical, aumentar os pontos de apoio por meio das pernas em posição conhecida dentro do útero, e, garantir um leve enrolamento no corpo do bebê pode auxiliar no desenvolvimento de um agente-sujeito que pode se conectar consigo e com o Outro", diz Denise.

Plenamente de acordo com essa colocação, recomendamos que o carregamento vertical de bebês até 6 meses seja com as perninhas para dentro, incluindo o bebê como um todo dentro do carregador, criando uma experiência de pleno acolhimento dentro do tecido, como no útero, sem interrupção, e com mais pontos de apoio, de maneira que se aninhe no corpo da mãe inteiramente.

À partir de 6 meses, os bebês já tem uma condição ainda maior de sustentação da cabeça e da coluna, de modo que podemos diminuir a área de apoio e colocar as perninhas para fora, mantendo os joelhos mais altos do que o bumbum.




À esquerda, bebê menor de 6m com pernas para dentro, à direita, bebê maior de 6m com pernas para fora. Aula da Dança Materna na Casa Moara, 2015. Foto: Gustavo Ferri

Para saber mais sobre isso recomendamos o texto Pernas para dentro, Pernas para fora: sobre slingar recém-nascidos


Carregando Bebês nas Costas



Outra posição que podemos abordar do ponto de vista da Dança Materna, insistindo em observar as evidências e contemplar as questões específicas de cada binômio, é o carregamento nas costas. Existe um incentivo às amarrações nas costas, em especial dentro das comunidades de babywearing, com a aproximação às técnicas andinas e latino americanas. De fato, para comunidades ancestrais ou contemporâneas onde as mulheres precisam desenvolver trabalhos braçais, o carregamento nas costas é uma receita de sucesso. O bebê permanece com o cuidador, que pode exercer suas atividades diárias.


"Eu acredito que isso está inserido na divisão social do trabalho daquela comunidade. Uma mulher que carrega seu bebê nas costas precisaria de liberdade nas mãos para desenvolver as tarefas que cabem à ela", diz Tati Tardioli.




Fonte da Imagem: Ebay




Mas relativizando para a realidade de muitas mães alunas da Dança Materna, não recomendamos esse tipo de carregamento, como opção pró-forma para qualquer mãe e bebê. Isso porque entendemos que o carregamento nas costas - especialmente para mulheres que não vão subir uma montanha à pé ou ceifar a colheita de milho - deixa à desejar se comparado com o carregamento frontal.


"Nas aulas converso muito com as mães sobre este assunto. Uma vez, Akiko, mãe do Joaquim, uma aluna sábia e sensível me despertou para essa reflexão, comentando que os bebês são gerados na frente do nosso corpo. Nossos braços se projetam para a frente, para segurá-los, abraçá-los e protegê-los. Eu não posso ignorar esse dado como algo significativo na hora de escolher como amarrar meu bebê." - diz Tatiana.

Para o uso no dia-a-dia, com bebês mais velhos e crianças, que continuam sendo carregados em algumas situações, o carregamento nas costas pode ser uma boa opção, revezada com o carregamento à frente, criando uma situação de compensação interessante para a coluna e ombros de quem o carrega.



Tatiana, carregando Gil aos três anos