Ja citamos aqui no nosso blog os incontáveis benefícios do sling e carregadores de pano e a historia dessa prática.
Quando encontramos fotos antigas da prática de babywearing, normalmente os bebês são carregados nas costas. Culturas antigas africanas, asiáticas e até mesmo latinas usavam os mais diversos materiais e amarrações para carregar seus bebês nas costas e continuar com os afazeres do dia-a-dia.
Hoje, o hábito de carregar nas costas já não é tão grande quanto antigamente, mas é comum recebermos perguntas de mães slingueiras, questionando quando e como o bebê pode ser amarrado nas costas.
Certamente uma prática ótima que possibilita total liberdade de braços, movimentos diferentes, e, quando feita adequadamente, uma interação maior da criança com o meio ambiente.
Porém, quando pensamos em bebês recém nascidos, bebês que ainda não sentam ou não seguram sozinhos seus próprios pescoços, algo super importante vem na minha mente, que vai além do desenvolvimento motor do bebê. O contato olho-no-olho.
Contato visual com os pais
Crédito da foto: Pinky Mckay
Embora os bebês não nasçam com a visão totalmente desenvolvida, “É muito importante o contato olho no olho, isso é uma competência social que o bebê precisa adquirir desde essa idade. Você olha nos olhos e fala ‘eu me importo com você, eu te amo’ - Isso vai ser uma competência que vai ser utilizada na vida adulta.” Diz a Dra. Sabrina Batistella em entrevista à Fatima Bernardes no programa Encontro. “Para que a gente possa ensinar aos nossos filhos que é importante, no relacionamento social, esse olhar nos olhos. A gente precisa ensinar desde essa fase de bebê.”
O olhar da mãe (ou do pai), é mais importante do que a gente pensa. O psicólogo Dan Siegal, especializado em vinculo entre pais e filhos, provou que o olhar da mãe tem um papel importante no desenvolvimento da empatia.
"Repetidos dezenas de milhares de vezes na vida da criança, esses pequenos momentos de relacionamento mútuo [servem para] transmitir a melhor parte da nossa humanidade – nossa capacidade para o amor - de uma geração para a seguinte." – diz Siegal. Sem essa troca mútua de olhares, crianças que são privadas do olhar da mãe, são propensas a se sentirem desconectadas na vida adulta. O Pediatra Carlos Eduardo Correia ( o Cacá) ainda completa esse pensamento - "Durante toda a infância quem garante ao bebe que o mundo esta seguro são seus pais através da troca de olhares amorosos e confiantes."
Assim como o contato pele-a –pele, esse olhar de amor é de extrema importância para o desenvolvimento dos pequenos. E nos primeiros meses de vida, esse sentimento de amor, aceitação e segurança que o olhar da mãe proporciona é crucial para o desenvolvimento da empatia. Portanto, acreditamos que os bebês devem ter o maior contato visual possível com os pais nesse comecinho de suas vidas.
Cacá ainda completa sobre a importância desse contato visual assim que o bebê nasce - "O bebê quando nasce chega a um lugar novo e desconhecido que pode lhe parecer assustador como acolhedor. Receber o colo dos pais após o nascimento e uma troca de olhares tranquilizadora marca a diferença entre o medo e a confiança."
Quando pensamos em bebês pequenos, que ainda não se sustentam ou sentam, temos algumas diretrizes de segurança em relação aos carregadores de bebês, que sempre são sugeridas. Uma delas é o contato visual. Você deve ser capaz de ver o rosto do seu bebê, apenas olhando para baixo. O simples movimento de encostar o queixo no peito, pode restringir a respiração do bebê.
São tantos os benefícios do contato olho-no-olho quando nos utilizamos do sling que não vemos alternativa melhor em levar nossos pequenos amarradinhos perto do coração, do seio para serem alimentados quando necessário e sob os olhares atentos de quem os carrega!
Fontes: