Se você usa um sling, alguém ja deve ter te dito "na minha época não tinha essas coisas'' - o que na verdade é correto e errado ao mesmo tempo.
Os slings têm sido descritos como uma das primeiras peças de tecnologia, uma necessidade absoluta para os povos nômades, para quem transportar os bebês nos braços era não só impraticável, mas faria com que as mães necessitassem de muito mais energia. No entanto, é verdade que a maioria dos slings e carregadores que vemos hoje foram produzidos por empresas que foram estabelecidas nos últimos 40 anos. Nos últimos vinte anos temos visto a criação de novos produtos, como wraps de tecido elástico e slings híbridos, além de um enorme crescimento no número de empresas que fazem e vendem slings.
Mas como isso surgiu?
Sabe-se que os materiais naturais, como cascas, folhas e peles de animais foram inicialmente utilizados para criar slings simples de um ombro só, o que ajudava a apoiar o peso da criança, enquanto os adultos estavam se movendo de um lugar para o outro à procura de comida.
Mais tarde, quando a tecelagem começou a ser usada para criar tecido, simples peças de pano foram usadas para amarrar a criança no corpo do adulto (ou do irmão, pois os bebês foram e ainda são carregados pelas crianças mais velhas).
Às vezes, estes eram muito ornamentados, como na Ásia, onde slings eram frequentemente bordados ou feitos de tecido como a seda de quimonos no Japão.
Na África, tecidos como a Kanga ou Kitenge eram usado como um avental, um cobertor para sentar .
No México, o rebozo, que era carregador de pano usado pelas mulheres o tempo todo, também era utilizado para transportar bebês. Na Índia, as mulheres amarravam os bebês em uma parte de sua saris e em Bornéu, usavam cestas de vime.
No País de Gales o cobertor galês foi usado por homens e mulheres regularmente para transportar bebês até os anos 1950, quando a produção em massa de carrinhos fez com que seu uso praticamente desaparecesse.
O modelo do carregador de bebê variavam de acordo com o clima - em climas mais quentes, os bebês têm uma maior necessidade de serem alimentados com freqüência e carregadores que mantêm o bebê perto de mãe (ou a outra mulher que vai alimentá-lo) eram mais práticos, pois permitiam que o bebê se alimentasse mais frequentemente, evitando a desidratação. Em climas mais frios, os bebês tendem a se alimentar menos por dia e podiam ser deixados separados de sua mãe por períodos mais longos, pendurando o carregador em galhos de árvores ou amarrados em trenós.
No final da década de 1960, uma mulher americana inventou o portador de bebê ''Snugli'' depois de ver mulheres africanas carregando seus bebês em suas costas, quando ela trabalhava como voluntária do Corpo de Paz no Togo, na África Ocidental. Na década de 1970, a primeira empresa de sling de tecido alemã, Didymos, foi criada depois que seu fundador foi presenteado com um rebozo mexicano. No início de 1980, o sling de argola foi inventado no Havaí, por um homem presenteando sua esposa. Ele vendeu sua idéia para o Dr. William Sears, que inventou o termo "attachment parenting" e cuja esposa, Mary inventou o termo "babywearing" depois de usar um sling com seu filho e o descrevendo como uma peça de roupa que ela vestia pela manhã e tirava a noite.
Desde os anos 1980, o número de tipos de slings cresceu imensamente (os slings tipo pouch e os demais feitos de tecidos macios e estruturados, são adaptações ocidentais de carregadores tradicionais), assim como o número de novas empresas, desde grandes fabricantes até pais que criam e vendem slings personalizados. Com tantos tipos, chegar a uma escolha pode ser complicado, mas se mantermos o foco nas origens dos carregadores de bebê, podemos ajudar os pais a fazerem a escolha certa.
por Victoria Ward
Artigo original do site do Gentle Parenting em tradução livre pela Sampa Sling